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Universidade de Londrina planeja transformar campus universitário em cidade inteligente


Universidade Estadual de Londrina, Centro de Tecnologia e Urbanismo

Rádio Arquitetura | 26OUT2021


O Centro de Tecnologia e Urbanismo da Universidade Estadual de Londrina (CTU-UEL), no Paraná, pretende transformar o campus universitário em um laboratório para aplicação do conceito de cidade inteligente. A ideia é aliar tecnologia e experiências humanas para solucionar problemas diários, como ambientes pouco ventilados e alto consumo de energia elétrica.


Denominado Explorando metodologias de projeto no Smart Campus UEL: a implementação de um laboratório vivo, informacional e afetivo, o projeto foi iniciado em dezembro de 2020 e envolve várias frentes. Além do CTU, também participam o Centro de Ciências Exatas, a Prefeitura do Campus Universitário e colaboradores de universidades nacionais e internacionais.


De acordo com Rovenir Duarte, professor do Departamento de Arquitetura e Urbanismo e coordenador do projeto, o campus universitário se assemelha muito a uma cidade por concentrar pessoas, sistema de transporte, ruas, iluminação, estacionamento e área de alimentação, o que faz do espaço um ambiente apropriado para simular ações antes de serem implantadas nas cidades propriamente ditas.


Além do interesse do próprio local na pesquisa. uma vez que a universidade vai se beneficiar dessas transformações, o que também facilita a implementação do laboratório é o fato de a população do espaço, formada por alunos, professores e servidores, ser engajada em novas tecnologias.


O prédio do CTU foi escolhido como edifício-piloto por já ter realizado a etiquetagem de eficiência energética. Uma réplica deste prédio será criada em computador através do processo de modelagem de informações da construção (BIM, na sigla em inglês). O gêmeo digital servirá para simulações e análise avançada de dados.


O primeiro estudo, em processo de aprovação pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), vai avaliar o conforto do ambiente e a ventilação em uma sala de aula. Serão empregados monitoramento em tempo real e análise com inteligência artificial para calcular o espaço e entender o desenho das paredes, além de medir temperatura, umidade, CO₂ e velocidade do vento.


Universidade Estadual de Londrina, campus

Outras frentes


Para melhorar a eficiência energética e diminuir o consumo de energia elétrica, uma das propostas é utilizar a dimerização de lâmpadas, que consiste no controle da intensidade da luz. Em estudos prévios feitos por professoras do CTU, um sistema com iluminação dimerizável e automatizável pode identificar espaços mais claros perto das janelas, diminuindo a intensidade da luz emitida nesses pontos.


Há, também, estudos com uso de inteligência artificial para avaliar as filas do Restaurante Universitário e apontar, em tempo real, os momentos em que ocorre alta demanda. Para isso será adotada uma tecnologia chamada detecção de objeto, em que é possível fazer a contagem de pessoas em uma mesma área.


Outras ações estão previstas no espaço do Centro de Estudo, como caminhabilidade e mapa comportamental. Definir as principais rotas feitas, horários e iluminação dos ambientes vai conferir mais segurança aos prédios. Progressivamente diversos outros estudos serão ampliados para todo o campus.


O projeto vai colaborar, ainda, com a manutenção dos prédios da universidade. Por meio da tecnologia BIM será possível identificar problemas distintos em cada edifício. A modelagem, que era utilizada somente para construção, agora também é uma ferramenta para acompanhar a saúde dos prédios e torná-los mais sustentáveis. Essa ação será feita em parceria com a Prefeitura do Campus, que já tem utilizado geoprocessamento para levantar informações sobre as edificações.


Experiências similares de smart campus já foram aplicadas em universidades da França, Espanha e Reino Unido. No Brasil esse tipo de pesquisa começou em 2015, em instituições como Faculdade de Sorocaba, Universidade Estadual de Campinas, Universidade Federal do Pará e Universidade Federal do Rio Grande do Norte.


Fotos: UEL



Marcelo Idiarte

Assessoria de Comunicação

Rádio Arquitetura

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