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ENTRE O HIPERFOCO E A HIPERCOLABORAÇÃO: COMO O DESIGN DOS ESCRITÓRIOS MODERNOS IMPACTA PRODUTIVIDADE

Por Jessica Carbone (Arquiteta e Urbanista)



Jessica Carbone é consultora de neurociências para empresas, mestre em neurociência e especialista em comportamento humano, com atuação profissional em países como Suíça, Alemanha, França e Itália. Também é certificada em branding e comportamento do consumidor pela Cornell University, em NY. Leia a bio completa no final deste artigo.
Jessica Carbone é consultora de neurociências para empresas, mestre em neurociência e especialista em comportamento humano, com atuação profissional em países como Suíça, Alemanha, França e Itália. Também é certificada em branding e comportamento do consumidor pela Cornell University, em NY. Leia a bio completa no final deste artigo.

Há alguns anos, trabalhei em um projeto para uma grande multinacional em Basel, na Suíça. Foi uma experiência transformadora, pois me permitiu observar de perto algo que todo arquiteto deveria considerar ao projetar escritórios: o espaço pode ser um aliado – ou um obstáculo – para a produtividade e o bem-estar dos colaboradores.


Essa percepção ganhou ainda mais força quando me deparei com a pesquisa “Gensler U.S. Workplace Survey 2023”, um estudo de grande relevância para quem projeta ambientes corporativos. Realizada pelo Gensler Research Institute, essa pesquisa investigou como o design dos escritórios impacta a experiência dos funcionários e, principalmente, como ele pode ser otimizado para atender às novas demandas do trabalho.


Um dos achados mais importantes do estudo foi a constatação de que os escritórios mais eficazes oferecem um equilíbrio entre espaços para concentração profunda (hiperfoco) e áreas para interação e troca de ideias (hipercollaboração). Ou seja, ambientes bem-sucedidos não seguem um modelo único, mas sim adaptável ao tipo de tarefa e ao estado mental dos usuários.


O estudo reforça a importância de dar autonomia aos colaboradores para escolherem onde e como trabalhar. Para se ter uma ideia, 94% dos funcionários que trabalham em ambientes de alto desempenho têm essa flexibilidade, o que demonstra que a liberdade de movimento dentro do escritório impacta diretamente a produtividade.


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A Dualidade dos Espaços de Trabalho

Essa conclusão da Gensler me fez lembrar do projeto que mencionei no início. Em Basel, observei um problema comum: os colaboradores não tinham clareza sobre como o espaço influenciava seu desempenho. Eles tentavam se concentrar em áreas barulhentas e faziam reuniões informais em locais que deveriam ser reservados para foco. O próprio layout do escritório não favorecia um fluxo eficiente entre momentos de trabalho individual e colaborativo.


Para resolver isso, implementamos algumas estratégias baseadas em neurociência e comportamento humano:

●     Espaços de Hiperfoco: Áreas mais isoladas, com divisórias acústicas, iluminação suave e mobiliário que favorecesse a ergonomia e a permanência prolongada. O objetivo era reduzir distrações e favorecer a imersão profunda nas tarefas.

●     Áreas de Hipercolaboração: Ambientes mais abertos, móveis modulares, lousas interativas e integração tecnológica para reuniões ágeis e sessões de brainstorming. Criamos espaços que estimulavam conversas espontâneas sem interferir nas zonas de silêncio.

O que mais me impressionou foi o impacto não apenas no desempenho, mas também no comportamento dos funcionários. À medida que passaram a compreender melhor como utilizar o ambiente, tornaram-se mais produtivos e engajados. Eles aprenderam a escolher conscientemente onde trabalhar, dependendo da necessidade do momento. Clique nos logos e saiba mais sobre os nossos parceiros:

Por que isso importa para os arquitetos?

Como arquitetos e designers, nosso papel vai além de criar espaços esteticamente agradáveis. Precisamos projetar ambientes que dialoguem com o cérebro humano, respeitando seus diferentes estados de atenção e interação.


Ao projetar espaços de trabalho, precisamos fazer uma pergunta fundamental: esse ambiente ajuda ou atrapalha a produtividade? 

A pesquisa da Gensler nos dá um caminho claro: escritórios eficazes não são aqueles que apenas maximizam o uso do espaço, mas sim os que maximizam a experiência do usuário. Empresas que adotam essa abordagem, como a Deloitte, Microsoft e NVIDIA, já colhem os benefícios de layouts mais inteligentes, que combinam flexibilidade, tecnologia e neurociência para melhorar a performance e o bem-estar dos seus times.


Ao projetar espaços de trabalho, precisamos fazer uma pergunta fundamental: esse ambiente ajuda ou atrapalha a produtividade? Escritórios bem planejados não apenas melhoram a eficiência, mas também reduzem o estresse, estimulam a criatividade e tornam o dia a dia mais fluido.


Se você deseja aplicar esses conceitos no seu projeto ou na sua empresa, posso te ajudar com uma consultoria especializada. Trabalhando na interseção entre neurociência, comportamento e design, ajudo a transformar ambientes corporativos em espaços que impulsionam o bem-estar e a performance. Quer saber como? Vamos conversar!


Nossa colunista: Jessica Carbone é consultora de neurociências para empresas, mestre em neurociência e especialista em comportamento humano. Com mais de 14 anos de experiência na Europa – incluindo Suíça, Alemanha, França e Itália – além de atuações no Brasil e, mais recentemente, nos EUA, onde está há seis meses, é certificada em branding e comportamento do consumidor pela Cornell University, em NY.


Diferente dos padrões repetitivos do mercado, Jessica traduz a neurociência de forma prática e provocativa, desafiando a superficialidade das tendências instantâneas. Seu trabalho une ciência e sensibilidade para transformar espaços e mentes.


Quer sair do óbvio? Acompanhe seus insights e reflexões sobre neurociência, criatividade e comportamento. Instagram : @a.jessicacarbone

 
 
 

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