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Após oito meses do incêndio, prédio da SSP, em Porto Alegre, finalmente é implodido.

A ação ocorreu na manhã deste domingo (06/03) e parou a área central da capital gaúcha.


Foto: Reprodução / RBS TV


Rádio Arquitetura | 07MAR2022


Duzentos quilos de explosivos colocaram fim aos nove andares do edifício construído na década de 1970, quando originalmente abrigou a sede da Rede Ferroviária Federal (RFFSA), até a década de 90, quando a Secretaria de Segurança Pública/RS assumiu o prédio. Estavam instaladas no número 1358 da rua Voluntários da Pátria, até o incêndio ocorrido em 14 de julho de 2021, o Instituto Geral de Perícias (IGP), Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), Detran, além do serviço de 190 da Brigada Militar. Foram necessários apenas 7 segundos para que toda a estrutura viesse abaixo, levantando uma espessa nuvem de poeira. Por precaução o entorno foi isolado o isolado em um raio de 300 m, com o bloqueio de ruas e avenidas forçando o desvio do trânsito e a mudança temporária das operações do Trensurb, nas estações São Pedro e Rodoviária. A implosão gerou cerca de 20 mil toneladas de escombros. O processo ao todo, além da limpeza da área, custou R$ 3,1 milhões ao estado.

Após a implosão, o governador em exercício e secretário de Segurança Pública Ranolfo Vieira Jr. e o engenheiro responsável pela implosão, Manoel Jorge Diniz Dias, da FBI Demolidora, vistoriaram as 20 mil toneladas de entulhos que restaram no terreno. Segundo a pasta, não houve qualquer dano externo.


VEJA O VÍDEO DO MOMENTO DA IMPLOSÃO



Vídeo: Internet


PARA ENTENDER O CASO


O INCÊNDIO

Na noite de 14 de julho de 2021 ocorreu o incêndio na SSP e, segundo o laudo produzido pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP) a causa mais provável do sinistro foi um fenômeno termoelétrico, como uma sobrecarga e/ou curto-circuito, em algum equipamento eletroeletrônico. Porém, a destruição na região onde o fogo começou e o risco envolvido à equipe na apuração dos fatos não permitiu apontar com exatidão as causas do incêndio.


Foi instaurada uma sindicância interna para apurar se o incêndio poderia ter sido ocasionado por motivações criminosas. Porém essa hipótese foi descartada. O relatório estimou, ainda, uma perda patrimonial estimada em R$ 54,96 milhões, que representou um custo significativo aos cofres públicos.

Foto: Felipe Dalla Valle/ Palácio Piratini

VÍTIMAS

O Corpo de Bombeiros da Brigada Militar trabalhou durante toda madrugada da quinta-feira (15/07/2021) no combate às chamas. Dois bombeiros morreram após o desabamento de parte do prédio: o tenente Deroci de Almeida da Costa, com 22 anos de serviços prestados, e o sargento Lúcio Ubirajara Munhoz, há 31 anos na corporação

Foto: Rodrigo Ziebell/SSP-RS/Divulgação

PPCI

Segundo o governo do estado, o Plano de Proteção e Prevenção Contra Incêndios (PPCI) do prédio estava aprovado, mas ainda não tinha sido executado completamente. Cerca de 56% das medidas estavam concluídas, e dentro do prazo contratual para ser finalizado. De acordo com a sindicância, o sistema interno de hidrantes estava inoperante justamente em razão do andamento das obras de adequação.


Só após as adequações previstas no PPCI que o edifício receberia o alvará definitivo de funcionamento. Segundo Ângela Graeff, coordenadora do curso de especialização em Engenharia de Segurança contra Incêndio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o fato das medidas do plano estarem em execução não significava que o prédio era seguro.


"A questão de ter o PPCI aprovado não significa que a edificação esteja segura. Porque, quando a gente fala em PPCI, a gente está falando num projeto, num papel onde a gente pode colocar as informações. Ela só vai estar completamente protegida quando ela tiver seu alvará definitivo de funcionamento", explicou Ângela.

Foto: Felipe Dalla Valle/ Palácio Piratini

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